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Caridade na Família

Vivemos mais um ano em que, em meio a quaresma, as circunstâncias pedem que busquemos refúgio em nossas casas. Nos sentimos paralisados, até mesmo impedidos de viver aquilo que nos é proposto nessa preparação para a Páscoa do Senhor. Dos três passos que a Igreja nos recomenda, somos tomados por uma aparente incapacidade de corresponder principalmente ao pedido da caridade.
Caridade essa que é o próprio amor que nasce do coração de Deus, que não pode, jamais, ser reduzido ao mero ato de doação material. E deixando de encolher este conceito, percebemos seu alcance de forma plena. Assim, afastados dessa visão assistencialista, somos capazes de entender o que Deus nos oportuniza, nos tirando a ilusão da inutilidade. E logo somos apresentados a um universo de possibilidades dentro de nossa “Igreja doméstica” (CIC 1655).
Com isso, da mesma forma que Jesus nos fala na parábola do Bom Samaritano, talvez o mais necessitado, o nosso próximo, esteja perto dos nossos olhos. Talvez estejamos o vendo, e passando por ele sem compaixão. É preciso que deixemos de passar os dias e as horas no piloto automático. É necessário que estejamos atentos, que sejamos bons observadores, para toda e qualquer necessidade do outro. Pais, irmãos, avós, existe uma imensidão de chances para exercer a caridade de Deus que habita em nós.
Atualmente, alguns membros de minha família se encontram enfermos, assim como em diversos lares do mundo. Suas necessidades não são materiais, tampouco óbvias. Todos os dias surgem novas carências, das mais simples às mais complexas. Tem sido cansativo, confesso. Mas é entregando cada dia, atendendo cada pedido, suprindo cada falta que possuem, que consigo viver minha quaresma. Contrariando minhas próprias vontades, é necessário que eu seja “tudo para todos” (I Cor 9 , 22).
Se já não é possível ir tão longe para praticar a caridade, saibamos sacrificar nossas vontades e nosso comodismo por aqueles que estão bem próximos de nós. Façamos de cada necessidade uma oportunidade de santidade.

 

 

– Gabriel Augusto, Consagrado Cristo Alegria

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