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PROMESSAS

Deus sempre gostou de nos fazer muitas promessas.

Entendo essa prática como uma forma de nos fazer confiar Nele, de nos mostrar a possibilidade concreta de nos arremessarmos num profundo relacionamento com Ele sem precisarmos de garantias antecipadas, afinal, como sabemos, Ele sempre cumpre o que promete.

Por falta de conhecimento ou propriedade, não posso lhes entregar aqui neste texto teorias e nem manuais de como Deus age nas nossas histórias, mas posso lhes dar uma prova prática através da nossa Comú, da nossa Cristo Alegria, que quando jovem em 2015, resolveu acreditar na promessa de missão que Deus fez pra ela, sem nem perguntar sobre as consequências dessa escolha.

Decidimos naquele 13 de setembro de 2015 – que depois se tornaria o tão especial 7 de setembro do resto de nossas vidas – que seguiríamos em frente, independentemente de qualquer coisa, rumo a um lugar que nunca vimos, que nunca veríamos em vida terrena, mas por nunca estarmos sós nos moveu, um a um, filho a filho, pecador a pecador, até o dia em que você está lendo este texto, seja o dia que for.

Lembro que fui o último a receber a carta de admissão naquele ano, não por causa da ordem de entrega ou desleixo de alguém, e sim porque o porteiro do prédio não deu o devido valor e a carta permaneceu na portaria por vários dias antes de chegar até mim. Acontece. Também fui o último a entrar na capelinha de tijolos na procissão que (in)cansavelmente ensaiamos e o último a receber o sinal de pertença das mãos do fundador. Talvez eu até tenha sido o último a entender o significado de tudo aquilo que estava acontecendo.

Mas entendi a meta. A vocação.

A vida de todos nós mudou naquela noite. Ainda que a maioria não esteja mais aqui, ainda que tenhamos brigado, nos ferido e nos perdoado, seguido em frente e ainda que eu não esteja mais no último banco e agora no segundo, Deus nos marcou para sempre e vem cumprindo o que prometeu desde aquele momento em que nos ajoelhamos e lemos juntos “atendendo ao chamado do Senhor e ouvindo o seu constante apelo…”, afinal, hoje eu olho pra trás, do lugar em que estou sentado e vejo dezenas de novos olhares sedentos pelo carisma que reside ali na igrejinha de tijolos.

Ainda olhando pra trás eu vejo um grande livro aberto com 6 anos de páginas já escritas, contendo uma história de amor com um autor que se dedica ao máximo, ano após ano, cuidando de cada personagem, de cada detalhe, cada capítulo, vitorioso ou não. Cuidando da gente.

Hoje o meu personagem vive algo completamente novo, diferente de tudo o que já viveu ao longo de sua história. Os dias variam entre empolgação e medo, mas a saudade de casa é constante. Seis meses em São Paulo me fizeram criar com Deus uma relação de muitas perguntas e apesar da maioria ainda não ter sido respondida, esse tempo também me fez valorizar imensamente o presente que todos nós recebemos quando olhamos pra baixo e vemos o nosso símbolo grudado no peito.

Só vive a responsabilidade da missão e todas as suas dores quem luta pra ser de Deus, assim como, quem luta pra ser de Deus um dia vive os Seus benefícios.

Aceitar o novo de Deus é desbravar um caminho enxergando apenas o que está acima e não o que está a frente. Olhar pra cima conforta e dá coragem.

Enquanto lê provavelmente já estarei fisicamente distante de você, distante de casa, longe do nosso cotidiano, das nossas paredes cruas e do nosso piso simples, vivendo algo que nunca imaginei e sequer almejei viver, encarando uma paisagem desconhecida e acinzentada. Confesso que solidão, distância, ausência e silêncio sempre foram um problema pra mim, assim como abrir mão de qualquer coisa que acredito ser minha. Nesse caso, nossa.

Mas aí eu lembro que Deus sempre gostou de nos fazer muitas promessas.

Enquanto vocês acreditarem eu acredito.

Enquanto vocês lutarem eu luto.

Enquanto vocês caírem e levantarem, eu ainda vou ter forças.

Foi pra ser um que nós nascemos.

Enquanto vocês forem, eu sou.

Que o nosso novo ano de missão cumpra promessas e nos traga novas. É o que somos, é quem somos. Onde estivermos.

Até já, Casa, espero voltar logo, mas se demorar, sou com você. Te amo.

Allan Mota, Consagrado Cristo Alegria

1 Comentário

  1. SISSY MARIA DOS ANJOS MENDES disse:

    Que texto que toca a alma! TMJ

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