A liturgia deste dia santo em que comemoramos o Natal de Nosso Salvador, propõe esse refrão para o salmo da Santa Missa, e que grande maravilha a nós, foi dada a graça de contemplar a grande misericórdia de Deus a seu povo. Eis que seu Filho único rebaixado à nossa condição humana vem neste mundo para nos trazer a salvação.

E nós, seu povo na travessia desta vida contemplamos tal sinal de amor, amor grandioso, amor de entrega, amor de justiça e de verdade, assim dizia São Josemaria Escrivá: “O Natal também está rodeado de uma simplicidade admirável: o Senhor vem sem estrondo, desconhecido de todos. Na terra só Maria e José participam da divina aventura. Depois, os pastores, avisados pelos anjos. E mais tarde, os sábios do Oriente. Assim se realiza o fato transcendente que une o céu à terra”.

E a grandeza desse fato é hoje conhecida para que nós contemplemos a salvação que habita em nós. Essa salvação que mostrada na pobreza de um presépio tão simples, que gera tanta admiração e espanto dos planos de Deus; é nessa cena que a humildade é com eficácia, um instrumento para a nossa salvação. Sim! Eis o grande, também simples e por vezes tão custoso caminho que nos leva para na eternidade contemplarmos a salvação do nosso Deus: manter o nosso coração humilde como o pobre presépio de Belém, pobre, mas acolhedor, pobre, mas repleto de dignidade, pobre, mas transbordante de amor.

A grande mensagem do Natal é que Cristo vem a nós na pobreza de quem somos, pobreza essa que devemos cultivar no íntimo de nossas almas e corações, Ele deseja habitar tal simplicidade para ali entre os paninhos e as palhas de nossos pequenos sentimentos transbordar a sua majestade.

Não é à toa que estes dias nos enchem de emoção, porque sabemos que no espirito de fraternidade somos convidados a expressar por meio de gestos concretos aos nossos irmãos mais necessitados a bondade de Deus, aí está presente a graça do Natal, ou seja, a graça do reconhecimento que tudo o que temos vem de Deus e contemplamos nesses gestos o Deus que salva do desamparo e da solidão, porque Ele mesmo se fez amparo e vida nova aos que andavam longe de sua presença.

O Senhor veio a nós, O Senhor se dignou nos salvar, O Senhor está no meio de nós, não mais apenas Palavra, mas Palavra e Vida vivente; que na contemplação da figura do Menino Deus no santo presépio, deixemos brotar em nossos lábios o sorriso que naturalmente se expressa ao ver a fragilidade de um recém-nascido, e que esse mesmo sorriso desponte como sinal de confiança para os nossos dias e aos dias que virão, porque nos salvou aquele que veio a nós, e porque ao vir se permitiu nos alcançar.

Façamos deste Natal o tempo de não mais espera, mas de plenitude onde já é possível ver a salvação presente, e que sejamos presépios, “porque não havia outro lugar na terra para acolher o dono de toda a criação” (São Josemaria Escrivá), e ali ele fez pouso e morada.

Feliz e Santo Natal.

– Paulo Eduardo Barroso, Formador Geral Cristo Alegria