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O Mistério da Esperança

Avançamos em nossa caminhada quaresmal rumo às festas Pascais. Temos vivido um tempo de desolação, sofrimento e medo diante da real situação que abarca todo o orbe; são bem próximas de nós todas as notícias que chegam às nossas casas que trazem informações alarmantes. Contudo, a Igreja vive um tempo de esperança. Parece que se torna incompreensível essa afirmação, porém, a Igreja vive na fé e na esperança daquEle que a conduz, daquEle que a salvou.
Ao seguirmos essa estrada, somos levados à meditação da Palavra de Deus e das orientações sobre bem viver a quaresma com jejuns, orações e penitencia. É preciso recordar que existe uma dinâmica conduzida pela observância do ensinamento de Cristo, que existe um sentido e um propósito nascido no coração do Pai, que quer nos retirar do comodismo e nos fazer chegar à ação.
A quaresma, para alguns, é um período de sacrifícios e ausências mas, para aqueles a quem a esperança de Cristo alcançou, é um tempo de renovo, um tempo de perceber que, como o que viveu nosso Divino Salvador no seu calvário, a caminhada do sofrimento é condição para sentir o transbordante alivio da vida que ressurge no terceiro dia.
Recorramos então aos relatos das Escrituras; dois dos discípulos de Jesus caminhavam para o povoado de Emaús. Jesus se aproxima e os interpela e eles, no decorrer da conversa, dizem: “Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam” (Lc 24, 21). A desesperança havia atingido aqueles homens, atingido os seus corações, atingido sua fé… Entretanto, Jesus os exorta: “Ó, gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura, não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?” (Lc 24, 25-26).
Importante observar que Cristo nos leva a compreender a pertença que possuímos pelo Batismo ao nos configurar a Ele e nos faz a mesma pergunta, agora a cada um: “Não é necessário que passais por tantas provações para que estejam unidos a mim? Unidos na dor, mas na confiança daquilo que já sabeis?”. Nosso Senhor nos alerta para o risco de nos perdermos em nossas preocupações, em nossas dores e não conseguirmos mais compreender que a salvação passa pela Cruz. O apóstolo Paulo nos diz: “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12,12). A alegria que nasce do coração de Deus para aqueles que tem fé se torna o motor para que se possa seguir na caminhada.
Que neste período, enquanto vivendo incertezas e talvez a falta de perspectivas, não nos falte o dom da Esperança, para que, com coragem, consigamos perceber que Deus quer nos educar, quer nos fortalecer para que nosso testemunho seja real, presente e luminoso diante da tibieza e da apostasia que primeiro cercam e posteriormente muitas vezes se apossam de almas e corações fieis. Seja nossa fé fortalecida na oração e na comunhão com os irmãos que desejam o mesmo, que sonham que o Reino de Deus se estabeleça em meio ao caos, em meio as infidelidades e as dores.
Alegres, pacientes e perseverantes: eis a receita para que, alimentados da Palavra e do Pão o Céu, sigamos esperançosos a celebrar a Ressurreição do Filho de Deus e a nossa Salvação.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
– Paulo Eduardo, Formador Geral da Comunidade Católica Cristo Alegria.

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